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Dentes de Ouro & Flow de Platina

by Pródigo & Víruz

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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    CD físico em jewel box.

    Design e ilustração por Tiago "Nerve" Gonçalves.

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Mais + Mais 04:06
Mais + Mais PRÓDIGO Não faço por menos, sei que todos queremos, piscinas e descapotáveis, insufláveis a remos, noites com Vénus, ninas de calendário, dar o conto do vigário, ter caparro de armário. Crédito e mérito, sem restrições, mais cifrões, cruzar o céu em aviões, mijar em vulcões, suites no Ritz, trafulhices, vigarice como o Robby, fatos de marca à Berlusconi. Ser misógino, sempre atarefado, quero uma fazenda cheia de gado rachado. Wireless, cabo? Sete parabólicas, vinho com aroma a flores, madeiras exóticas que dê azia e cólicas, doce como farófia. Quero um Transformer cromado pa dar baile à bófia! Mais guito que a Petrogal guardado num país tropical, em Guadalcanal a fazer um bacanal. E tal e tal, eu sei que custa um balúrdio, tou só a desabafar aqui no studio… Termas e saunas, sentir o calor das palmas, sacar piões num Twingo, siga pa bingo. Siga, não pára, será que tens pedalada? Será que tens fezada ou tens a fada de folga? Sem madrinhas, só madrastas, pasta nunca mais chega, Sou um aluno teimoso, não aceito uma nega. REFRÃO: Mais, mais, mais, eu quero, mais, mais, mais, tu sabes, Mais, mais, mais, eu quero mais, mais, Mais, mais, mais, tu tens, mais, mais, mais, Eu quero mais, mais, mais... VÍRUZ Estar acima da média, para mim não chega, quero ter a cara em moedas e esturrá-las em Las Vegas. Folga toda a semana em Copacabana, sumos de manga e gelo no pêlo a roçar-me o sacana. Borbulhar em piscinas com meninas reguilas, “traquinas”, no iate, aventuras marítimas, em festas submarinas o som é subaquático, levas com subwoofers, inchas como um batráquio. Quero acções gordas e o bolso atafulhado, “sopas”, miúdas loucas em ponto rebuçado. Bocas de batom pela gola do casaco, escolher o tom de azul do saco e não ir de saco. “Baza lá” dar espectáculo no Terreiro do Paço, ver tudo a bater mal como um ferreiro sem um braço. Sem descontos, quero ter contos a meio conto com brinde, Já tou pronto no ponto e com apetite no ringue. Só aceito o jackpot, não tou numa de esmolas, Chego ao topo, tão alto como cartolas. Nem com molas nas solas tocas o chão que piso. Dizem que é utopia? É simples, eu consigo. Quero ser dono de um trono adorado pelo povo, sou o Major no seu melhor a acelerar num Volvo, “estilo novo”, agora chovo, já não cuspo no beat, rebento mais que dinamite e encho uma conta em Munique. REFRÃO: Mais, mais, mais, eu quero, mais, mais, mais, tu sabes, Mais, mais, mais, eu quero mais, mais, Mais, mais, mais, tu tens, mais, mais, mais, Eu quero mais, mais, mais...
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Irredutíveis Lusitanos VÍRUZ Esta é a cultura do fado, do bimbo ao marafado, do litoral ao profundo além tejo abandonado. Aqui é sempre à fartazana, cultiva-se o desenrasca, agentes imobiliário especialistas em dar barraca, sangue de pirata, cientistas na Nasa, tatuagens pesadas, parideiras com ancas largas. É nestas ruas, vês o meu povo português, o taxista sem licença, a varina e o freguês, a dona do puteiro, por dinheiro faz francês, e às duas por três tem juízes no xadrez. PRÓDIGO Podes sofrer um rés-vés, se não trazes arnés, tens que os ter no sítio pa sentir o mundo debaixo dos pés, irredutíveis na terra de aventureiros, tugas com mais padrada que calceteiros, bons fumeiros, movidos a enchidos, pulmões carcomidos, a culpa é dos vizinhos, até Marrocos é um tiro, ai não que não é, só queremos meter a vida na linha tipo Camané, só preciso um lamiré, com esperança, fé, não deixamos que a sorte fuja, agarramos cada fezada memo à babuja! REFRÃO: são muitos anos, sempre lusitanos, uma vida de enganos, abanamos lenços brancos. VÍRUZ Muito Jogo de cintura, hula hulla e fé no bingo, não é preciso ser domingo para me benzer com São Domingos, respeito os mais antigos, bigodes encardidos, mandam piropos às garinas e manguitos aos políticos. Isto anda à manivela e chulecos de meia tijela querem, impingir-nos vinho aguado como aguarela. Eu não caiu na esparrela, não me passam a perna, tou cansado de licor de merda, quero é Cartuxa Reserva, boas searas de erva, queimar um fardo dela na taberna, até o cachimbo tar vazio como acapella. PRÓDIGO Não caias na esparrela por maior que seja a cadela, paxourra pás catchorras? man, eu dou-lhes trela! Ela ela, sabe que eu não digo por mal, morenas fodem-me a cabeça, Isabel Queiroz do Vale, fazem-me, esquecer a crise, paraíso fiscal, com carraspanas, e moças ribatejanas, manjas? No Cartaxo a fazer a vindíma, até ao Porto a rasgar na bulina, Évora, cidade branca que brilha, Porto-Covo, pescadores de lagosta albina! REFRÃO: são muitos anos, sempre lusitanos, uma vida de enganos, abanamos lenços brancos. VÍRUZ Aqui é a terra de poetas, do Saramago e do Lecas, do homem que mudou o mundo quando passou as tormentas. Hoje é casa borlesca com dívida gigantesca, promessas e tramóias deixam os tugas às avessas. Fazemos a festa com o Sistema e mais uns tantos, versos com bagaço estilo Ary dos Santos.
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Safira 05:58
Safira PRÓDIGO Dei-te energias, em harmonias, ver-te enquanto dormias, não queria mais regalias, tava preso ao teu requinte como Caxias, eu pensava que eras diferente como caligrafias, manias, taras, fazias o meu mundo andar à roda, valiosa, importada da Serra Leoa, contigo o tempo voa, perde-se como Foz Côa, eras a Primavera, fresca, Aloé Vera, a fera com etiqueta, suave silhueta, sentada no meu colo era o Efeito Borboleta, perdidos em suspiros até de manhã, a tirar-te os vestidos, eras o meu talismã, Guronsan pá ressaca depois do Lux, até fazer luz, enrolados nos bancos perdias sempre os ganchos, e as pulseiras na brincadeira de LX à Ericeira, confessaste, nunca te tocaram desta maneira, loucuras às escuras nas dunas, nos montes, na tua casa quando as manas dão o baza, maratonas em zonas erógenas, adoras, dizias que ficavas em brasa, e querias, passarmos os dias, em sítios exóticos como Kinshasa, de roupão, deitada no colchão, acreditava era paixão ardente como cachaça, mas a sorte escassa, tipo a massa, mais um minuto e tínhamos feito um puto, desculpa se alguma vez, foda-se, fui bruto, era o álcool a falar, não devia tar enxuto, ainda te iludes, por muito que procures substituto, até apagares os mails que te mandei pra Maputo, conclusão, até mais não, boa sorte na profissão, foi preciso bazares pra me voltar a inspiração. REFRÃO: Eu dei-te pétalas, tu querias pérolas e rubis, Moet Chandon em jacuzzis, imperatriz coberta em filigrana, tava preso ao teu sabor como açúcar de cana, tempo não engana, só mais uma semana, sem o teu brilho faz-me sentir na jana, sabia que eras vampira, mas tavas na minha mira, tu eras preciosa como Safira. VÍRUZ Vou-te tratar por tu porque já nem recordo o teu nome, dei-te amor todas as noites por baixo do cobertor, só acho, que foi pior perder horas e suor a desenterrar o passado e usá-lo como um produtor. Tu sabias e eu sabia não é preciso ser sábio, mentiras causam feridas como herpes no lábio, com cara de parvo impávido assisti á nossa queda, tragédia grega em pedra negra como Pompeia. Fomos á boleia com o desejo como Laura Esquivel, e agora vejo num outro nivel que foste sereia, incapaz de teres os pés bem assentes na terra, eu fui capaz de por ti rastejar na merda. O nosso erro crasso foi tentar encontrar noutros braços os nossos abraços, não foi por acaso que o sabor amargo e fora de prazo dos remorsos gastaram os ossos, e prós dentes foram ácido. Abraçados como um laço, conversa puxa conversa, no carro em frente ao teatro, seria tudo uma peça? Talvez te tenha pressionado tipo botão de emergência, senti-me aprisionado num elevador da decadência. Queria ter-te a meu lado como parte da minha essência mas estamos afastados como amantes por correspondência. No concerto da Ursula foste mais fria que Rússia, uma nega confusa quando te toquei com minúcia. Atitudes cegas? Perco o Norte como bússola, não falámos em tréguas, a raiva é maior do que Ursa. Sem desculpas nem luvas, deixas impressões difusas, queres um gajo com casa e casas com essas lamúrias. Fizeste papel de lúnia, às escuras como viúvas, foste Ícaro no labirinto, perdida entre curvas. Ideias estapafúrdias, tomaste a melhor decisão, foi preciso bazares para me voltar a inspiração. REFRÃO: Eu dei-te pétalas, tu querias pérolas e rubis, Moet Chandon em jacuzzis, imperatriz coberta em filigrana, tava preso ao teu sabor como açúcar de cana, tempo não engana, só mais uma semana, sem o teu brilho faz-me sentir na jana, sabia que eras vampira, mas tavas na minha mira, tu eras preciosa como Safira.
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Toque de Midas VÍRUZ Estou prestes a fazer história, deixo jóias em feridas, e mudo vidas a latinas clandestinas, linhas com calorias enchem medidas, causam estrias, sou bom todos os dias, fornece mais vitaminas. Vou fazer mais papel que a Portucel com balelas, apago estrelas, tenho mezinhas que deixam mazelas, esmago guelas, gazelas não me querem por perto, deixo marcas em donzelas com verrugas da Sílvia Alberto. O estupor sem amor, o terror da tua legítima, o agressor mais falado na linha da apoio à vitima. Extra-ordinário, nunca falho e dou trabalho a rappers conformistas, são palha como espantalhos. Não tou a quebrar galhos, só quero, causar espalhos a paspalhos otários que não dizem alhos com bogalhos, básicos sem parlapiê, lambam-me o CD, deixo restos de LSD e sentem chapadas 3D. REFRÃO NERVE: Tu queres sentir o meu Toque de Midas. Tu queres provar o meu Toque de Midas. Tu tás a ver o meu Toque de Midas. Toma lá o meu Toque de Midas. PRÓDIGO Maldita sina, eu estrago vidas, metáforas benzidas, artilhado como Xiítas, contrata mais Securitas, vais arranhar sanitas, queres música de pitas? ouve-me a partir a Xikitita. Não faço fitas, faço filmes Hollywoodescos, tanta cachaporra, até mirones ficam vesgos, Cristo salta dos pregos quando cuspo na mesquita, dou-te a volta à tripa como balas da UNITA, até ficas monosilábico, com essa fachada toda escalavrada, tamos de volta à estrada com picanços e guinadas, encontra-me nas tascas a cantar serenatas, àviar chibatas a fedelhos linguarudos, pimenta na boca, lambes o forro dos meus graúdos, não te aventures, não tás altura este ano, ainda te engasgas no meu microfone lusitano. REFRÃO NERVE: Tu queres sentir o meu Toque de Midas. Tu queres provar o meu Toque de Midas. Tu tás a ver o meu Toque de Midas. Toma lá o meu Toque de Midas. NERVE Toma lá, toma lá, tu sentiste o soco, fodo-te com o meu toque de Midas, ficas com uma dentadura de ouro, manda agora o couro, tás com um ganda jogo, já só falta o fôlego encaixado num flow de platina que não patina no bombo. Se o que eu toco é de ouro, boy, eu juro, eu vou, agarrar a cidade na mesma palma da mão em que eu tenho o jogo, "tu és louco", um pouco, fecho o punho e vou, tou com Dentes de Ouro & Flow de Platina.
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Chicos Espertos VÍRUZ Eu não quero um passaporte nem uma porta aberta num porto de abrigo, ao abrigo da lei, sei que sou quase mendigo. Sem ofício nem serviço, brigo por um subsídio, a situação tá negra, chega de ser submísso, meto baixa, vou para a Baixa beber médias em canecos, fumar bérias com galdérias e bater uns matrecos, cotas marrecos com reformas em cheques, mandam cenário de chefes, nas esplanadas pagam rodadas aos netos. Eu, cheio de papel no bordel sou garanhão, o tempo voa, vida boa a carreira de calão, freguês em maratona, burguês em competição, classe alta? Quero ser dessa malta do Euro Milhão. Torno-me cínico e cusco, antipático e brusco (bruxo), quero uma cunha que me ponha num carro de luxo, com secretárias de bruços ou num escritorio com gatas de gatas, leio o discurso para uns fatos com gravatas. Paca no bolso no fim do mês, "o gajo safou-se". O vizínho manja que é doce o que o rendimento trouxe, e fosse, por onde fosse, arranjava saída, e pedia sem garantia trocos pró leite da filha, (mais afogado que uma ilha?) agarro-me às joias da família, faço a mala, vou ter casa à pala e crédito prá mobília. Atestado de atestados, faço o choro com as crianças, ao que parece é Simplex, é uma questão de finanças. REFRÃO: Hoje na tuga é só Chicos Espertos. É só problemas esses Chicos Espertos. Não há paciência para Chicos Espertos. Quem é que atura? Chicos Espertos? Hoje na tuga é só Chicos Espertos. É só problemas esses Chicos Espertos. Não há paciência para Chicos Espertos. Quem é que atura? PRÓDIGO Pouco me interessa quem se lixa, sócio ou compincha, na hora de sacar a pechincha porcalhotas levam com a trincha, quando a próstata incha, frente a frente na rixa, desligo-vos a ficha, ainda dou mais bailes que o Garrincha. Tinhas razão quando dizias que eu era megalómano, quero carro da empresa, beleza, ser autónomo, sem tarefas enfadonhas, umas férias risonhas, seguro dentário, salário imaginário com que sonhas. São cambalachos nesta vida leviana, quero sacos carregados com libanga, assino contratos, conta poupança, saco da Mediátis viagens grátis, "Sirilanca". Tudo corre suave como veludo, não quero que mude, a recessão que se mude, aqui é sempre Entrudo, entra calado, sai mudo, vou alterando as ruas, cooperativas imobiliárias, é o melhor pa falcatruas. Troco as voltas com permutas, paleta de senhorio, as luvas à inspectora serviu, da ASAE nem um pio, deve ter sido equívoco, na terra da abundância, dá pa mais um empréstimo. Renda, prestações, não me chupam os cifrões, diagnóstico é bancarrota, em Manta Rota nos verões, desafogado como naufrágio, peripécias em demasia, o fim de mais um dia, a ver se alguém me fia. REFRÃO: Hoje na tuga é só Chicos Espertos. É só problemas esses Chicos Espertos. Não há paciência para Chicos Espertos. Quem é que atura? Chicos Espertos? Hoje na tuga é só Chicos Espertos. É só problemas esses Chicos Espertos. Não há paciência para Chicos Espertos. Quem é que atura?
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Os Maus da Fita NERVE Caguei para os meus míseros dois euros de lucro, com a tua compra do meu disco, que nem dão pra comprar charuto. "Haja muito!", há já muito que eu não vejo um puto único, a tentar fazer um clássico sem dar figura de estúpido. Músico aprendiz, wack infeliz, espeto-te uma tesoura nos olhos e corto-te a cana do nariz, man. Parece que fiz bué G's num bizz com marosca, quando esmaguei a lua pra vendê-la como coca. BOB o VERMELHO Eborígena bem pesado, impossível vir à socapa, rebentamento do teu chassi, tu vais virar sucata, Bob... filha da puta a cuspir cá na faixa, tanta chapada nas ventas, já tens cara de bolacha. Agora explica quem é que se agacha e contrai, vou-te meter dentro dum cubo como gatos Bonsai, o mercenário, rebentar cabeças a soldo, tanta morte, até se mordo, sou dragão de Komodo. PRÓDIGO Trouxe um bacamarte pa quando tiveres larica, vou-te meter a esvair até parecer que tás com a chica. Gira o pica senão compincha, lambadas à taberneiro, só quero deixar marcas nas ruas como um bombardeiro. O emcee mais porreiro, já conheceste na vida inteira, quando cuspo? Patada dupla na cremalheira. Vais-te meter em desgraças, desmanchar o arranjo, tens comichão no olho do cu? Chama-me Capitão Gancho. BLASPH Boy, o Blasph é foda tipo cheirar coca na lua, tipo coca da pura, levas o corte na rua. Entro à bruta no beat, a mão segura a gazua, cada vez mais doentio e não meto o cú na cura. A tua cabeça nao pára, és forçado a soltar um "damn". Man, eu fodo-te a ti num beef e a tua puta no befe. Filha da puta não cede, não gasto mais gramática, próximo ordenado estoiro numa automática. REFRÃO DJ SIMS: Scratching that shit up. TH Boy, eu juro que o puto no mic é duro, tão à frente do seu tempo, parece o Regresso ao Futuro, eu, juro que hei-de ser violento nos beats, vivo à mais tempo no underground que a filha do José Fritz. É muita punch, tira a prova dos nove, muito skill mas já não te mexes boy, como o Cherbakov. Querem agarrar o puto? Cuidado, que isto tá quente, ainda perdem as mãos como ladrões no Médio Oriente. VÍRUZ Eu trago a prosa que abusa e causa mais alarido, que as notícias cor de rosa de mulheres que traiem maridos. Otários convencidos atiram pedras às cegas, merdas, têm mais esqueletos no armário que viúvas negras. Partir telhas não chega, eu destruo alicerces, estás em perigo, refundido em abrigos da UNICEF. O que digo sabe mal, encerro o hospital, e obrigo-te a morrer longe como alpinistas no Nepal. BOB o VERMELHO Olha quem vem à baila, a completar o menu, o Vermelho mais mete nojo pa te encher o baú, nem nos quadrados da Marvel, aguentavas a crew, é que tu não és Super, e o homem só o tens no cu. Sou Belzebu a puxar fogo ao teu boneco Vudu, tu és a vergonha pa toda a eterna nação Zulu. Por muito old que seja, venho sempre brand new, pitanço na tua miúda, é javardanço à gabiru. NERVE E o teu projecto só chega a algum lado, quando eu tu pisar, e ele avançar, esborrachado na sola do meu sapato, eu parto, prás atitudes mais dementes, a tua cabra é buéda feia mas fodo-a só pra tu veres, e rasgo-a por dentro de tal forma, que se não fosses impotente ias conseguir engravidá-la pelo rabo. Agora tás ciente que o pai Nerve é o canalha mais doentio que alguma vez tu vais ver deste lado. REFRÃO DJ SIMS: Scratching that shit up. BLASPH Esfolei um vilão pa vestir a pele do mau da fita, ainda há-de vir o cabrão, que deixe esta click estendida. Não há cá mas nem meio mas, o camba camba e é já, queres-me enfiar o barrete? Tenho cara de Kumba Yala? Man, é que tu não vales neps até ca cabeça a prémio, preocupa-te em matar tracks, só te vejo a matar de tédio. Se te ouvi 2 segundos é muito, sei que és mau à partida. Hoje em dia não dá pa ter flow, dão logo a banhada à dica. VÍRUZ Parece que sou o mau da fita, o que brinca com a presa aflita, que passa a frente na fila e saca a reforma ao pensionista. A língua parece lixa, faço disto um modo de vida, troco seringas em clínicas, roleta russa com a SIDA. Provoco e invoco ira, sem penitência em missas, quebro o pacto do celibato, atiço brigas em noviças. O Buda ficou careca, o Gandhy só em cuecas, ideias pacíficas? ficas Papa como alforrecas. TH Vou-te reduzir a pó, deixar junkies dar uma linha, adivinha quem é que é foda como Zézé Camarinha, eu meto putos na linha, nem preciso de sair do quarto, no microfone? Corrupto intocável como Suharto, boy, eu parto, no palco as punches não têm fim, até numa casa assombrada os fantasmas têm medo de mim, puto é ruím, malvado, sádico e mais alguns nomes, ainda te faz ter um ataque como o José Pedro Gomes. PRÓDIGO Trouxe os copos e a garrafa, acho que ninguém se safa, tou em brasa, nos píncaros como a grela duma girafa. Pródigo, bafa dos pintelhos das tuas primas, meto-as de joelhos a gritar: "aperta-me as bimbas". Sou casmurro como um Nazi, oh pa mim a cagar pa ti, a molhar o biri num giripiti, todo pipi, a mirar a tua mana, sem dar muita cana, bom safardana, Tony Montana. REFRÃO DJ SIMS: Scratching that shit up.
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Paixão Marroquina VÍRUZ Digo-te em carta aberta, sinto falta de cada directa, a época de seca é dura e dura, quase uma década, a pétala perfuma a duna, faço uma, só pela gula, quero-te nua sem pudores, coberta com flores. Sozinhos nos Açores, ciclones num precipício, com os aromas e sabores, fico à toa no fumício, nuvens enchem-me a mona, mas não me torno submisso às tuas irmãs duras casmurras, são só vigarice. Não te traiu nem saio do nosso círculo restrito, sem trinco, o meu cofre é um brinco (brinco) contigo, até trinco. No caminho do cachimbo sou índio sob o feitiço e não um chibo sem princípios que impinge algo postiço. Até ao céu neste jogo, queimo o troféu com o fogo, logo, tiro do bolso, aqueço-te na mão com um sopro. Sorris e algo me diz que é perigoso ser guloso, corajoso, exploro o teu corpo quente, doce, apetitoso. És sumarenta e melosa em lençóis de seda de rosa, em dias de borga com bogas, deduzo que o teu calor afoga. Deixo-te a pele rugosa, respiro sem deixar folga, com inspirações encho os pulmoes, sou praticante de Yoga. "A tua orla de luz", papel de arroz ou chilons, são bons momentos com tons de sons em bongos bem gordos, todos, querem um conto e eu conto ter-te em sintonia, no sotão, na Mina, só companhia da marroquina. REFRÃO: Paixão marroquina, tu que tás tão longe, por entre dunas só fumas bom meláço, aos montes, tens vários clientes, mas ao menos não escondes, o nosso amor é de todos, todos querem ter contos. Paixão marroquina, tu que tás tão longe, por entre dunas só fumas bom meláço, aos montes, tens vários clientes, mas ao menos não escondes, o nosso amor é de todos, o nosso amor é de todos. PRÓDIGO Eu quero vê-las derretidas, queridas são perseguidas, noites frias, rossa rossa, acabas com as mãos encardidas, altivas, quero-as grandes, fazer amor na palhota. Largo a nota mas nota, vais é levar ca bomboca. Solto a broca, troca as ideias às duias mais doidas, danadas por devaneio, mas eu vou dar-te bem feio, e forte. Juro pla minha saúde, contigo oiço cítaras, concertos de alaúde. É o delírio, sem câmara ou vídeo, a cores e em directo, só tu me aqueces, sem stress, nem salamaleques. Como a Severa és severa, quem me dera que nunca esgotasses, olhos castanhos, reflexos esverdeados. Tenho saudades daqueles bons bocados, tu em vestidos justos transparentes, os dois refastelados. Adocicado, o cheiro é avassalador, quando tás ao rubro, eu juro, a borbulhar de fervor, são tempestades na cabeça, nuvens negras trovejantes. Vou ripar-te nas curvas até gritares como um chiante. Fica ciente, quem não deve não teme, desculpa todas as vezes que te pus os palitos de la Rene. REFRÃO: Paixão marroquina, tu que tás tão longe, por entre dunas só fumas bom meláço, aos montes, tens vários clientes, mas ao menos não escondes, o nosso amor é de todos, todos querem ter contos. Paixão marroquina, tu que tás tão longe, por entre dunas só fumas bom meláço, aos montes, tens vários clientes, mas ao menos não escondes, o nosso amor é de todos, o nosso amor é de todos.
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A$AE 03:11
A$AE PRÓDIGO Eles vão-te meter na linha nem que seja a cassetete. Cabelo rapado a Gillete, máscara no trombil, com eles ninguém se mete. "You gots to chill" como EPMD, canam-te mais rápido que o CSI. Eles já tão aqui, à tua volta não os vês, paisanões mais paisanas que a Judite já fez, conta, 1, 2, 3, tão à tua porta com pastores, alemães, até te vens quando sentes os calores. Espingarda na tua cara, não te fazem favores, têm chibos, cantam mais que tenores. Não lidamos com amadores, eles querem-te ver quinar, com veículos artilhados, mar, terra, ar. Pára o que tás a sacar, controlam-te a Mula, miram-te o Messenger, pandula, a tua sorte é nula. Colabora, eles não tão cá com merdas, levas c´as Páginas Amarelas, se não segues as regras. Escutas telefónicas nos teus colegas, gravações de fazer borrar cuecas a meia-lecas. Põe-te a pau quando tocarem à campainha, num piscar de olhos eles invadem-te a cozinha. REFRÃO: É a A$AE! Zai Zai! Não andes à nora... Eles andem à coca... É a A$AE! Zai Zai! Publicidade enganosa? Eles partem-te a montra… É a A$AE!Zai Zai! Passam-te a casa a pente fino, põem-te a fazer o pino! É A$AE! Zai! Zai! VÍRUZ Limpa a boca ao babete, calça luvas de latex, não queres stress com eles por causa de um sabonete. Cuidado com o cliente, cavalo controla o dente, levas a boca, fazem-te o pente se não tens talento. Em Marrocos, chá de menta, óculos de proxeneta, limpa o negócio sujo, da roulote ou da roleta. No Focus pela fronteira com o lote de especiarias, chocolate, erva cidreira e outras iguarias. É um ver se te avias, o resultado é trágico, pergunta ao dono do Cogumelo Mágico. Livro amarelo, papel que não pode ser apagado, até o varão da Passarele tem que tar desinfectado. Taberneiro catado com o fado da Amália? Se é cópia até se mija como se tivesses algália. Atitude bibliotecária... "palavras saiem caro"... ficas na miséria, na rua do crime em Faro. Vais coçar o badalo, a ementa não tá correcta, usa a costela de atleta se és denunciado pela PETA, com receitas exóticas, monta um álibi, mesmo assim, eles canam-te à distância com raios X. REFRÃO: É a A$AE! Zai Zai! Não andes à nora... Eles andem à coca... É a A$AE! Zai Zai! Publicidade enganosa? Eles partem-te a montra… É a A$AE!Zai Zai! Passam-te a casa a pente fino, põem-te a fazer o pino! É A$AE! Zai! Zai!
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Segredos 04:49
Segredos REFRÃO: Existem segredos, atormentam-me os nervos, por isso escrevo num papel e queimo a folha, as cinzas voam, voam, voam. VÍRUZ Boatos e mentiras aos potes como vindimas, estigas perigosas gentes escandalosa e mesquinhas. Gajos felaciosos, intrujas dos mais venenosos, querem ver-nos os ossos como se fossemos criminosos. Presunçosos sebosos, palhaços de uma figa, vêm com ela fisgada só para causar intriga, mais picados que vacina, não fogem com o cu á seringa, querem por panos quentes para fazer parte da família. PRÓDIGO Não tragas ladaínhas, nem andes a fazer queixinhas, devia chegar-te a roupa ao pêlo como baínhas. Essa boquinha quer é provar mazelas, até te pelas, tresandas, emcee Ponte de Frielas. Entopes as guelas, com Víruz e o Pródigo, pau de vassoura nesse befe, agora és o Pinóquio. Ao que o mundo chega, tabús, mítos, não há segredo no Portugal dos Pequenitos. VÍRUZ Periquitos cantam de galo, quero esbofeteá-los, chegam cheios de peneiras esses abutres e toupeiras, Bobones sem maneiras fazem bobós nas trincheiras. Marujos de água doce com tosse de carpideiras. Queres guloseimas? Teimas não baixar a crina, tenho poderes de ruína, lancei o boato Depuralina. Levas com uma lamparina, e cais numa fossa, és um fiasco camuflado como a Expo em Saragoça. REFRÃO: Existem segredos, atormentam-me os nervos, por isso escrevo num papel e queimo a folha, as cinzas voam, voam, voam. PRÓDIGO Tu põe-te à coca, man, vai uma aposta? O maior traficante sempre foi o Pinto da Costa, e ela gosta, encomenda aos lotes, macacos polares, foda-se... Fátima Lopes. Não papes grupes, são os reis da paleta, devia ser crime o Carlos Cruz ter uma neta, e etecetera, são tantos e tantos, já nem ligo... o SP queria fazer um som comigo, what tha fuck?! VÍRUZ A ligar-te ao Domingo, a fazer-se de amigo, é trigo limpo, farinha amparo, patardos no umbigo. É só, conselhos azedos, Vales e Azevedos com muito paleio, conversa da treta sem o António Feio? Ouvido cheio, pensam que somos tansos? Ninguém sabe de nada, sócios do Vitor Constâncio, levas de avancio, o Sistema não dá descansio, a dupla mais polémica que o Jel e o Falâncio. PRÓDIGO As paredes têm ouvidos, isto deve ser peladur. Hiphop Tuga? Vocês são mais vendidos que o Carrefor, borrifas com Ambipur a ver se essa merda cheira, levas um par de cornos, oferta da Nereida. Cristiano, meu mano, marca um golo aqui pelo Pró, eu escrevo-te umas punchlinhas pa mandares nas entrevistas, todos querem ser artistas, dar nas vistas, Cilit Bang, "bang bang". Só à estalada como a Ruth Marlene. REFRÃO: Existem segredos, atormentam-me os nervos, por isso escrevo num papel e queimo a folha, as cinzas voam, voam, voam.
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Eu Perdoo VÍRUZ Não quero ser visto como um corta casacas, mas ameaças e falas mansas não afastam esses panascas. Cravas e desenrascas, querem é ver me à rasca, em desgraça, careca ou com um coto nas calças. Passo as passas do Algarve, alarves, cravam o almoço, são má raça com máscaras, caparaças, traças no bolso, não posso dar confiança ou em nome da nossa infância, querem que eu pague a fiança e dê guarida à sua criança. Tá visto que és a chaga que chateia Cristo na cruz, eu quero distância de alpinista dessa praga de urubus. A tua tribo de chibos são gnus nojentos com pus, só metem os pés pelas mãos como deuses Hindus. REFRÃO NERVE: Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário". PRÓDIGO Amigos e inimigos, é só cansaço e dor de cabeça, tenho paciência quase de Jeová mas não tou pa aturar marretas, larga-me as tetas, tenho vendettas, rancores que metem dó, à pala de nharros ordinários, ganda tónhó. Queres dar nas vistas? Gande artista, em revistas cor de bicha, andas sempre aos ursos, urso, como um puto autista. Nem é preciso ser especialista, só pa, te rachar a crista, no teu bairro és lendário, um ganda Minotário. Dou a mão? Querem o braço. Empresto guito? Cravam tabaco. Oriento uma cabeça? Querem o saco, depois eu é que sou o velhaco? Devia, enfardar-te o taco, rebentar-te com essa bilha. Tipo Robinson Crusoé, volta pá puta da tua ilha! REFRÃO NERVE: Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário". Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário". VÍRUZ Sempre com as unhas nos dentes e os dedos dermentes de medo, andas teso, sentes o peso dos remorsos no esqueleto. Dás mais música que um coreto, cantas fresco mas não me alegras, quero-te ver vestido de preto a descançar entre pedras. Com mentiras e birras, tiras a paciência a um santo, refilas e gritas, inventas petas, doenças mas és um cancro, um fura-greves rabeta, sem cheta e dívidas no banco, devias apanhar lepra pa caíres morto num canto. És uma vergonha de filho, aos tombos entre sarilhos, aos pombos roubas o milho, és vazio, causas fastio, tens a vida por um fio, põe-te a léguas nas montanhas, até a tua mãe sumiu quando te viu sair das entranhas. REFRÃO NERVE: Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário". PRÓDIGO Sempre que tás com a uva ficas armado em manda-chuva, deve ser o efeito estufa, devia-te assentar a luva. Upa upa daqui pa fora, já abusáste da Super-Bock, já tás a fazer escarceu armado em estrela de rock. Anormal profissional, a encher essa fossa nasal, armas-te em Professor Pardal, devias ter sufocado no cordão umbilical, quando me vires o melhor é dares ao pedal, tal e qual, essencial, fechares esse bico em boa hora tipo o tribunal. A tua amizade, artifícial, matreira tipo evasão fiscal, paleta excepcional, baldáste-te a Religião e Moral man... É crucial, não somos amigos por um triz, qualquer dia encontram-te a boiar no Tamariz. REFRÃO NERVE: Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário". Eu perdoo, pra mim tu, não existes. Eu perdoo, finge que, nunca me viste. Tenho lugar marcado no Céu, com jacuzzi e Meo. "Eu perdoo porque não passas de um otário".
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A Ferro e Fogo PRÓDIGO Foi numa fracção de segundo... virei a vida do avesso, sucesso tem um preço, rezava se tivesse um terço, quem tem fé que a segure, não me ilude, ouve, praonde eu vou não há santo que me ajude. Gastei muita saúde a deambular em gatafunhos, altas, horas da noite, formigueiros nos punhos, a escrever os meus versos... quase a dar o berro, mais pálido que o Homem da Máscara de Ferro. Não nego, fui calão por associação, levei mais um ano que o previsto pa ter o canudo na mão, diversão, fiz a mixtape com o Simão, rodou sobre patins, Sistema Intravenoso? Jerónimo Martins. Críticos, pediram bis, eles queriam, mais mais, tava mergulhado em tutoriais, a aprender a modelar ondas sonoras, a ampliar mili-segundos até ficar pitosga. Mas o que custa, é o tempo, vale dinheiro, tantas horas gastas neste pardieiro, alimentado a restos como um rafeiro, todas as noites sem paixão no meu travesseiro. Prioridades? nem sei o que vem primeiro, o meu irmão pedia atenção, recusei-o. Tava errado, quem me ama tá habituado, só posso dizer "Obrigado" como a Teresa Salgueiro. REFRÃO TAMIN: Isto é quem eu sou. Eu não vou desistir, tantas metas por atingir. Mas, se o futuro é duro, faço o que for preciso. VÍRUZ Foram anos de inocência, paciência de Bonsai, a criar um sonho como o príncipe do Dubai. Um desejo de albino, sentir a luz que me atrai, fiz um pacto com o destino escrito no monte Sinai. Queres ver a vida por trás da confiança? Para a minha mãe sou criança que não cresce nem pensa, é uma história intensa, nem sabes a missa a metade, a verdade? O meu museu vale mais que o do Berardo. E a Chica sabe que sempre fui uma alma rara, agora, ninguém me pára, velocidade de bala, agora, ninguém me cala, perfeição de Mandala, tive um tempo a fazer sala na casa onde ninguém se rala. Tocar à pala e dar concertos no Norte, com o Fidbek no Hardclub com o Spot. Vou de Cascais a Faro passo em Évora claro, é raro ir abaixo, é muita energia em stock. Um toque de artista, 100 insultos, o Hiphop purista, davam-me props numa entrevista, o bombista não cede e arrisca até ao último segundo, expludo, tenho orgulho o meu passado faz barulho. Paixões, desilusões, atrasos nos estudos, desaparecem cifrões, meios e fundos no fundo. Madrugadas, serões a navegar nesta canoa, o meu valor é incalculável como o espólio do Pessoa. REFRÃO TAMIN: Isto é quem eu sou. Eu não vou desistir, tantas metas por atingir. Mas, se o futuro é duro, faço o que for preciso.
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Kim Barreiros PRÓDIGO São mais noites do que dias a quitar estas batidas, deixa coxas definidas em catotas produzidas. É pó club? Mas duvidas? Essas ancas tão doridas, abana, solta as ligas, eu trouxe as jeropigas. Queres fazer o fucking show? show, mexe esse culo, mami dá-me o que eu te dou, vontade de fazer POW! Encaixa, agacha, relaxa, não cobro a taxa, passei-te a mão na carteira e que maneira, o VISA na racha. Pouca xaxa, mais shots, mais fotos, decotes, flashes, strobes, poffes. A rebentar o pombo, eu estrondo, sempre com ba, babys mais phats que o Conde Redondo, derretidas, fondue, é, estrica no corpo, querem... ripar na esgalha como se fosse o Alonzo, no meu carro és uma estrela, festival de Cannes, meto-lhe o Porshe na garagem? Não aguenta um Cayanne. REFRÃO: É pó deboche, aumenta um coche o volume, ninguém arrocha, ela gosta, noites de Baby Boom. Gira a tocha ou dá-lhe lume, em noites frias de barbeiro. Hoje quero ouvir basqueiro como se fosse o Kim Barreiros. VÍRUZ Venham loiras ou morenas, desde que sejam velhacas , adorem sedas e facas, na cama sejam lunáticas. Sádicas sem emenda, melhores que a encomenda, fazem amigas inibidas agirem como quengas. É noite de rambóia no Cabaret com coristas, e miúdas de revistas são passadas em revista. Chega o chauvinista a dar palmadas na chicha, depois de umas canecas servidas pela Tonicha. Sem lista, sem convite, entrada livre na pista, indianas dão às ancas com danças para Ari Krishna. Betas com madeixas, viúvas negras e gueixas com maquilhagens impressionistas, batons em tons de ameixa. Encho-te a bochecha, adoras quando encosto, "quero" chegar ao fundo e ver a expressão do teu rosto. Aposto que vou ter sucesso, não conheço o fracasso, sente a veia de artista quando agarrares no meu Picasso. REFRÃO: É pó deboche, aumenta um coche o volume, ninguém arrocha, ela gosta, noites de Baby Boom. Gira a tocha ou dá-lhe lume, em noites frias de barbeiro. Hoje quero ouvir basqueiro como se fosse o Kim Barreiros.
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Gira 02:11
Gira REFRÃO: Quem tem um canhão na mão manda tiros à sucapa. A vida tá dificil e a placa não tá barata. Se queres pandan e és amigo da malta, fá lá essa sem pressa, menos conversa! PRÓDIGO E gira o porro, socorro já tou careta, quero, ver parpalhos do tamanho duma muleta, espero, que esta noite não acabe paraplégico, já tou com um sombrero, parece que tou no México. VÍRUZ Que eu já tenho olhos de besugo, Víruz no Entrudo, pergunta-me o que é abuso. Acuso-te de seres ferrado, lanço boato, corto o casaco, tiras sarro das unhas pa misturar com tabaco? PRÓDIGO Mas é lá isso, cheira a cotovelo, essa tua King deve ter mais cola do que um selo. És parvo ou mocas-te? Man, tu trocas-te? Só cacilho rockets, vou deixar como o Sócrates. VÍRUZ Antes que eu me passe com a secura, saudades da fartura, plantação pela cintura, no tempo das vacas gordas, grandes sopas e açordas, dreads não davam nas linhas, davam nas cordas. PRÓDIGO Esse vinyl, hoje é festa, esta noite é tudo o que te resta, nesta, vida cinzenta, impestada com geada, não digas mais nada, vá lá man... VÍRUZ Pelo recinto e dá taítas, zebras andam aflitas, com pedalada de ciclista. Querem a minha derrota? Eu nunca faço batota, aguento tiros de bolota no peito tipo Ramos Horta. REFRÃO: Quem tem um canhão na mão manda tiros à sucapa. A vida tá dificil e a placa não tá barata. Se queres pandan e és amigo da malta, fá lá essa sem pressa, menos conversa!
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Quando a Música Acaba PRÓDIGO Imagina daqui a anos quando tiveres na casa dos oitenta, vais morar numa vivenda? Numa fazenda? Vais preocupar-te com a renda, soltar a nota. Ser chamado de cota pelos putos que agora gozam, as dores, doenças, com as roupas e rugas, com o velho estilo tuga, cabelo grisalho, ténis puma. "Vais", olhar pa trás, sentir orgulho do que deixaste? Do rapaz que criaste? À tua imagem moldaste. "Mas", eu só rezo pa fazer aquilo que desejo, poder metê-lo num bom colégio pa ser aluno do ano, ganhar o meu money limpo, sem estrilho, sentir orgulho de qualquer coisa que eu tenha escrito, entretanto, o mundo gira à volta do guito tipo Lisa Minelli. E no planeta não há ninguém que não erre como Kelly. Espero não cair na malha da justiça como Larry Flint, medalha de ouro no sprint, sentir saudades das semanas hiphop do Ritz, das mixtapes do Kronic quando diziam fuck Blitz... Nunca entenderam os nossos beats, crocantes como Crispix, críticos metem a penca em tudo como Vix, Vapo Spray, man, são tão gays, tipo o JN, atacou-nos por causa de 50 papeis. Faço gravatas, sufocam desdos dezasseis, eles não conseguem prender os meus decibéis. REFRÃO: Quando a música acaba, pulsação pára, corpo ignora a vida que batia na carcaça. Informação passa-a, pós teus filhos, pá tua canalha, deixa a marca numa malha, quando a idade já não perdoa. VÍRUZ Quando a música acaba mas a mulher gorda não canta, o corpo ainda aguenta mais umas horas fora da cama, o cérebro ainda pensa, ainda sabes como te chamas, e não consegues esquecer que vais morrer no próximo fim-de-semana. É disso que tenho medo, sentir-me preso ou cansado, ao subir as escadas do prédio onde moro já reformado. "Vou", sentir saudades de amigos que entretanto partiram, pensar que tantas vezes falamos de cancro e não ouviram... Uma família, o velho Víruz com netos os filhos, esposa e velhos discos, orientar algum guito, não me importava de ser rico, com um brilhozinho nos olhos como Sérgio Godinho e não ter de pagar o fisco. "Fico", para morrer tarde, deixar saudades como o Fernando Peça, passar os noventa sem problemas de impotência, sem Alzheimer a foder-me a cabeça, não me sentir a mais como diferença quando não suportarem a minha presença. Vão dizer que este espaço não é nosso como Olivença, mas eu vi o Hiphop crescer e entrar em decadência, as estrelas queriam brilhar e sacrificaram a essência, venderam raios de luz em troca de uma aparência. Vou de cabeça erguida, consciência tranquila como polígrafo sem mentira, deixo o legado á família. Valioso na saída, ouro e platina em cada rima, repetida em cada esquina, vai ser minha obra prima. REFRÃO: Quando a música acaba, pulsação pára, corpo ignora a vida que batia na carcaça. Informação passa-a, pós teus filhos, pá tua canalha, deixa a marca numa malha, quando a idade já não perdoa.

about

Pródigo & Víruz. Os piores amigos desde 1997.

Viciados na cultura HipHop desde tenra idade, estes dois rappers cresceram separados por 150km de terras áridas, mas muitas viagens, telefonemas, mensagens, faxes, emails, encomendas postais e skypes ajudaram a encurtar a distância de Malveira a Évora.

O gosto mútuo pelas peculiaridades da língua lusa, por vinis bolorentos, por conversas acesas em borgas bem regadas, petiscos e jantaradas, deram origem a músicas que reflectem o seu dia-a-dia, encharcadas no humor sarcástico que tão bem os caracteriza.

Piadas de mau gosto abundam quando estes dois se juntam. E batalhas no microfone acabam sempre com vítimas. Haja pujança nas metáforas e estrica nos adjectivos.

Dentes de Ouro & Flow de Platina. O Ying & Yang das habilitações dum verdadeiro Emcee: equilibrar o conteúdo com a forma; cuspir rimas consistentes com flow brilhante.

Bem-vindos ao Sistema Intravenoso.

credits

released November 9, 2011

Produzido por Syniko.

Scratch por DJ Sims.

Participações de TH, Blasph, Nerve, Bob o Vermelho e Tamin.

Ilustração e design por Tiago "Nerve" Gonçalves.

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Sistema Intravenoso Portugal

Uns gajos que fazem umas cenas.


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