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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    CD físico em jewel box.

    Design e ilustração por Tiago "Nerve" Gonçalves.

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lyrics

Safira

PRÓDIGO
Dei-te energias, em harmonias,
ver-te enquanto dormias, não queria mais regalias,
tava preso ao teu requinte como Caxias,
eu pensava que eras diferente como caligrafias,
manias, taras, fazias o meu mundo andar à roda,
valiosa, importada da Serra Leoa,
contigo o tempo voa, perde-se como Foz Côa,
eras a Primavera, fresca, Aloé Vera,
a fera com etiqueta, suave silhueta,
sentada no meu colo era o Efeito Borboleta,
perdidos em suspiros até de manhã,
a tirar-te os vestidos, eras o meu talismã,
Guronsan pá ressaca depois do Lux, até fazer luz,
enrolados nos bancos perdias sempre os ganchos,
e as pulseiras na brincadeira de LX à Ericeira,
confessaste, nunca te tocaram desta maneira,
loucuras às escuras nas dunas, nos montes,
na tua casa quando as manas dão o baza,
maratonas em zonas erógenas, adoras,
dizias que ficavas em brasa,
e querias, passarmos os dias,
em sítios exóticos como Kinshasa,
de roupão, deitada no colchão,
acreditava era paixão ardente como cachaça,
mas a sorte escassa, tipo a massa,
mais um minuto e tínhamos feito um puto,
desculpa se alguma vez, foda-se, fui bruto,
era o álcool a falar, não devia tar enxuto,
ainda te iludes, por muito que procures substituto,
até apagares os mails que te mandei pra Maputo,
conclusão, até mais não, boa sorte na profissão,
foi preciso bazares pra me voltar a inspiração.

REFRÃO:
Eu dei-te pétalas, tu querias pérolas e rubis, Moet Chandon em jacuzzis,
imperatriz coberta em filigrana, tava preso ao teu sabor como açúcar de cana,
tempo não engana, só mais uma semana, sem o teu brilho faz-me sentir na jana,
sabia que eras vampira, mas tavas na minha mira, tu eras preciosa como Safira.

VÍRUZ
Vou-te tratar por tu porque já nem recordo o teu nome,
dei-te amor todas as noites por baixo do cobertor,
só acho, que foi pior perder horas e suor
a desenterrar o passado e usá-lo como um produtor.
Tu sabias e eu sabia não é preciso ser sábio,
mentiras causam feridas como herpes no lábio,
com cara de parvo impávido assisti á nossa queda,
tragédia grega em pedra negra como Pompeia.
Fomos á boleia com o desejo como Laura Esquivel,
e agora vejo num outro nivel que foste sereia,
incapaz de teres os pés bem assentes na terra,
eu fui capaz de por ti rastejar na merda.
O nosso erro crasso foi tentar encontrar noutros braços os nossos abraços,
não foi por acaso que o sabor amargo e fora de prazo dos remorsos
gastaram os ossos, e prós dentes foram ácido.
Abraçados como um laço, conversa puxa conversa,
no carro em frente ao teatro, seria tudo uma peça?
Talvez te tenha pressionado tipo botão de emergência,
senti-me aprisionado num elevador da decadência.
Queria ter-te a meu lado como parte da minha essência
mas estamos afastados como amantes por correspondência.
No concerto da Ursula foste mais fria que Rússia,
uma nega confusa quando te toquei com minúcia.
Atitudes cegas? Perco o Norte como bússola,
não falámos em tréguas, a raiva é maior do que Ursa.
Sem desculpas nem luvas, deixas impressões difusas,
queres um gajo com casa e casas com essas lamúrias.
Fizeste papel de lúnia, às escuras como viúvas,
foste Ícaro no labirinto, perdida entre curvas.
Ideias estapafúrdias, tomaste a melhor decisão,
foi preciso bazares para me voltar a inspiração.

REFRÃO:
Eu dei-te pétalas, tu querias pérolas e rubis, Moet Chandon em jacuzzis,
imperatriz coberta em filigrana, tava preso ao teu sabor como açúcar de cana,
tempo não engana, só mais uma semana, sem o teu brilho faz-me sentir na jana,
sabia que eras vampira, mas tavas na minha mira, tu eras preciosa como Safira.

credits

from Dentes de Ouro & Flow de Platina, track released November 9, 2011
Produzido por Syniko.
Scratch por DJ Sims.

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